quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Carlos Lupi tenta se explicar à Câmara nesta quinta-feira


A Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara aprovou nesta quarta-feira um requerimento que convida o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, a falar aos deputados a respeito do esquema de corrupção na pasta comandada pelo pedetista. A audiência já foi marcada para esta quinta-feira, às 9h30. VEJA revelou, na edição desta semana, como assessores de Lupi cobravam até 15% de propina para resolver pendências de organizações não-governamentais, criadas por eles mesmos.


Os governistas não se opuseram à aprovação do pedido. Nesta terça-feira, o ministro garantiu, em entrevista coletiva, que compareceria ao Congresso: "Vou quantas vezes for preciso", declarou. O requerimento é de autoria dos deputados tucanos Fernando Francischini (PR), Vaz de Lima (SP) e Vanderlei Macris (SP).

Na Câmara, Lupi tentará provar que não tem envolvimento com os desvios na pasta - o que é uma tarefa inglória, porque automaticamente estaria assumindo que não tem controle sobre subordinados diretos. Na liturgia da queda dos cinco ministros envolvidos em denúncias de corrupção, a ida à Câmara significa uma tentativa de convencer a cúpula do Executivo a evitar a demissão. Até agora, o resultado não é dos melhores: todos os outros caíram, à exceção do ministro das Cidades, Mário Negromonte - que foi favorecido porque o escândalo dos Transportes tirou o caso de pauta.

Defesa - Lupi afirmou nesta terça-feira que, se houve desvio de recursos em sua pasta, como mostrado em reportagem de VEJA, eles foram feitos "em nome pessoal". Tentando se segurar no cargo, o pedetista garantiu ter apoio de seu partido e disse que não cogita deixar o cargo - nem temporariamente. "Para me retirar, só abatido a bala", disse, em entrevista coletiva concedida em Brasília.

Propina - Conforme relatos de diretores de ONGs, parlamentares e servidores públicos, o esquema no Ministério do Trabalho funciona assim: primeiro o ministério contrata entidades para dar cursos de capacitação profissional e, depois, assessores exigem propina de 5% a 15% para resolver 'pendências' que eles mesmos criam.

O Instituto Êpa, sediado no Rio Grande do Norte, foi um dos alvos do achaque. Depois de receber, em dezembro de 2010, a segunda parcela de um convênio para a qualificação de trabalhadores no Vale do Açu, a entidade entrou na mira dos dirigentes do PDT. O ministério determinou três fiscalizações e ordenou que não fosse feito mais nenhum repasse à ONG. Ao tentar resolver o problema, os diretores do instituto receberam o recado: poderiam regularizar rapidamente a situação da entidade pagando propina.

Veja

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