quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Em Salvador, 70% das edificações estão em área irregular, diz urbanista

Salvador tem aproximadamente 70% das edificações construídas em áreas irregulares, aponta a arquiteta Liliane Mariano, doutora em urbanismo. A especialista participou de entrevista na TV Bahia na manhã desta quinta-feira (10). Segundo ela, essas construções são geralmente executadas sem o alvará da obra, documento obrigatório que dá a permissão ao cidadão de construir um imóvel, após avaliação das condições da área solicitada. O alvará é liberado pela Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo (Sucom), órgão do poder municipal.
A planta da obra deve ser realizada por responsável técnico, que pode ser arquiteto ou um engenheiro. Segundo a professora Liliane Mariano, se o cidadão não tiver recurso financeiro para contratação de um serviço técnico, o alvará pode ser obtido no escritório público da Prefeitura, localizado na Avenida Carlos Gomes, centro da cidade. "Mas esses projetos só serão elaborados e o alvará só é dado em áreas autorizadas pela Lei de Ordenamento e Ocupação do Solo", explica.



Centro Histórico
Durante a manhã, o deslizamento de terra derrubou uma casa do bairro Santo Antônio Além do Carmo, situado no Centro Histórico. Os oito moradores saíram do local minutos antes e não se feriram. Segundo a Defesa Civil, a área onde a casa foi erguida é considerada de risco geológico, inadequada para uso arquitetônico do solo. "É um terreno inadequado para qualquer edificação, salvo se tiver uma tecnologia avançada que permita a construção, o que não é a casa de Salvador. Junto com essas construções, a população planta e não há coleta de lixo. Jogam lixo sobre a encosta, que vai se acumulando e, no momento que chove, cria quase que uma espuma, que amplia o peso sobre o terreno", revela.
A matriz do problema de uso irregular do solo, para a professora, é gerada pela incapacidade financeira da população de ter acesso à habitação formal. "É a falta de uma política habitacional. Se nós tivéssemos oferta de habitação em áreas adequadas, as pessoas não iam construir em enconstas, ninguém quer construir em enconsta ou em um manguezal se ela tem capacidade financeira de construir em uma área de qualidade, adequada", avalia.

Prédio de três andares desabou no bairro de

A Prefeitura de Salvador decretou situação de emergência de 90 dias na cidade no início da noite de quarta-feira (9), por conta das chuvas que atingem a capital baiana desde o início desta semana. A decisão foi tomada em uma reunião feita pelo prefeito João Henrique com representantes de órgãos da administração municipal.Estragos
No final da tarde de quarta, um prédio de três andares desabou no bairro de Massaranduba e três pessoas ficaram soterradas. As três foram socorridas pelo Corpo de Bombeiros e levadas para o Hospital Geral do Estado (HGE) e para o Hospital do Subúrbio. Uma outra pessoa, segundo informações da Defesa Civil, pode estar sob os escombros.
Com esta ocorrência, Salvador registrou 11 desabamentos de imóveis e 16 desabamentos parciais somente na quarta-feira. Segundo a Codesal, mais 31 imóveis ainda ameaçam cair. Cerca de cem famílias estão desabrigadas na cidade. Até o início da tarde, o órgão registrou 447 chamados de emergência.
Durante a madrugada, uma residência desabou após um deslizamento de terra no Largo do Santo Antônio Além do Carmo, na Cidade Baixa. Segundo a Codesal, não houve feridos.

G1

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