sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Itapuã e Boca do Rio são os líderes em roubos de carros


Eles preferem agir no final da tarde e nas primeiras horas da noite. Os dias prediletos são as sextas-feiras e os sábados, mas passaram a agir nas terças e quartas também. Assim a polícia define o comportamento dos criminosos que costumam roubar ou furtar veículos em Salvador. Os bairros que concentram mais roubos são: Itapuã, Boca do Rio, Brotas, Pituba e Imbuí. Só em setembro foi registrada uma média diária de quase 20 veículos roubados. O índice supera a média dos últimos meses que, de acordo com as estatísticas  da Secretaria da Segurança Pública (SSP), é de 16 roubos diários.


O dia 1º de novembro  puxou a média para cima: 22 automóveis e 3 motocicletas foram roubados, o que equivale a mais de um veículo roubado por hora. “É um número elevado e atípico. Ainda estamos investigando as causas”, diz o titular da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículo (DRFRV), Augusto Eustáquio.

Ele explica, porém, que dois fatores contribuem para o crescimento no roubo de veículos: a ação da polícia em outros crimes e o aumento no número de carros na rua.  “Quando se aperta, por exemplo, no roubo a banco, eles migram de modalidade criminosa”, diz. “Outro elemento facilitador é o aumento da frota de veículos”.

De janeiro a setembro deste ano houve um aumento de 14% em roubos de veículos, em relação ao mesmo período do ano passado: 4.546 casos em 2011, contra 3.989  em 2010, de acordo com o Centro de Documentação e Estatística Policial  (Cedep).

Na manhã de ontem, o técnico em Química Itamar Mascarenhas, 51 anos, engrossou a estatística ao ver seu Fiat Strada branco (JRW 0581) ser roubado. Ele estava próximo à entrada do Trobogy,  quando foi surpreendido pelo assaltante. “Ele apontou um 38 e disse que queria a chave. Depois mandou eu ir andando”, contou o técnico.

Rush de roubos
De acordo com a polícia, as ações dos bandidos se concentram à tarde e à noite. “O crime procura oportunidade, facilidade. Ele acontece mais na faixa de horário que não tem policiamento ostensivo, que é das 17h às 23h”, destaca o delegado Augusto Eustáquio.

“Não se reduz esse número só com a ação da delegacia. Há necessidade de sinergia com outras instituições como a Polícia Militar, o Ministério Público e a Justiça”, avalia o delegado, que assumiu a DRFRV em fevereiro.

Ainda segundo o delegado, existem quadrilhas especializadas em roubos de veículos que agem em Salvador. “Mas não podemos divulgar a quantidade e nem dizer quem são para não atrapalhar as investigações”, explica.

Apesar de o delegado apontar falhas no policiamento, o capitão Marcelo Pitta, chefe do Departamento de Imprensa da PM, diz que a corporação  desenvolve a operação Transite em Paz. “São quatro viaturas e um esquadrão com seis motociclistas Águia que patrulham para combater este tipo de crime e fazer abordagens a veículos e motos, além do policiamento ostensivo”, destaca o capitão.

Questionado se a quantidade de policiais é suficiente para a cidade, o capitão diz que a operação serve de complemento para outras ações. “São ações conjuntas que contam com a Rondesp e atuam no final de tarde e início da noite”, complementa Pitta.

Já a Polícia Civil criou  em fevereiro deste ano o Grupo Especial Força Azul, com 48 policiais, para tentar recuperar os carros e motos roubados. “Até outubro já foram presos 332 assaltantes. Um número maior que o registrado em todo o ano passado, que tivemos 307 prisões”, destaca o delegado titular da DRFRV.

Carros são desmontados ou usados para outros crimes
Dois objetivos dividem o grupo de criminosos que roubam ou furtam veículos na capital baiana. Segundo a polícia, existem aqueles que têm interesse na estrutura física dos veículos. “Esse primeiro grupo rouba para vender as peças que desmontam dos carros”, explica o delegado Augusto Eustáquio, titular da DRFRV. Já o segundo grupo é formado por aqueles que usam os veículos roubados para cometer outros crimes. “Eles roubam os carros para cometer homicídios, roubar bancos e até para atacar outros grupos de traficantes.

Nesse caso, o crime de subtração de veículos se tornou um crime ‘meio’ e não ‘fim’. O meliante rouba o veículo como um meio de praticar outros crimes”, acrescenta. Na Região Metropolitana de Salvador, os municípios de Lauro de Freitas, Simões Filho e Camaçari encabeçam o ranking dos roubos.

Onde mais se rouba
Itapuã
Boca do Rio
Brotas
Pituba
Imbuí

Carros mais roubados
Gol
Uno
Corsa
Pálio

Correio 24 horas

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